Eu vivo!
Sinto minhas competências sendo colocadas a provas o tempo todo
Em 100% do tempo sinto alguém questionando o meu domínio e competência para algo que evidentemente eu sei fazer.
Costumo sempre questionar o que vêem tanto em mim que dá a entender que eu não sei fazer algo que simplesmente sei.
É engraçado, as vezes paro para assistir as ginastas olímpicas e fico observando a forma que medem a capacidade delas. E normalmente é julgado pelo nível de dificuldade do movimento que ela está executando de acordo com a capacidade dela.
Dai as vezes eu fico me questionando, e se estiver fazendo algo muito difícil, porém, com facilidade?
Quer dizer que ela não é boa o suficiente apenas por não estar explorando níveis ainda mais difíceis?
Sinto a sociedade o tempo todo me julgando dessa forma
“Você tem que fazer algo ainda mais difícil do que já está fazendo para ser boa!”
E vou te falar uma coisa, no nível de capacidade de vida que eu me encontro, me levantar da cama é difícil, falar com as pessoas é difícil, sair de casa é difícil, existir se tornou uma tarefa árdua a partir do momento em que eu não tinha mais ânimo e meu corpo não tinha mais forças para estar sobre meu próprios pés.
Eu tive que aprender os momentos que eu poderia andar, os momentos que eu deveria sentar, os dias e lugares que eu poderia estar, como poderia aplicar aquilo que sei a aquilo que me tornei. Existir se tornou extremamente difícil quando eu tive que parar de dançar conforme a música e pedir pra tocar algo especial apenas para eu apreciar e quem sabe ter um momento de dançar.
Ou seja, o julgamento da sociedade se tornou basicamente nulo, quando se diz respeito as minhas condições de vida e em como estou lidando com isso. E ao contrário do que parece, não foi algo libertador ou encantador, pelo contrário, a única coisa em comum com essas palavras que eu disse era a “dor”. Porque a sociedade não é nem um pouco acolhedora e receptiva quando elas te olham por fora e te veêm seja lá de qual forma que você está e você não está fazendo aquilo que ela requer de você.
Ser um pontinho vermelho enquanto todos os outros são amarelos não é nem um pouco confortável e na lei da sobrevivência, eles vão fazer o possível pra que você seja invizibilizada.
Simplesmente porque você não está disputando a famosa “corrida da vida”, para saber quem se destaca mais. Eu tive que aprender a desacelerar, tive que aprender a parar e apreciar a caminhada.
O caminho e a forma de caminhar, Antes de definir se eu poderia dar um passo ou não.
O que pela lógica do que estou dizendo, as coisas não ficaram mais fáceis. Eu apenas parei de seguir o fluxo. O que aconteceu foi que as minhas batalhas e dificuldades não estavam mais diante dos olhos carnais. As pessoas não poderiam mais ver o que estou vencendo, perdendo ou enfrentando. Porque na maior parte do tempo eu estava ocupada pegando nas minhas próprias mãos, me abraçando e me oferecendo aquilo que eu poderia ou conseguiria suportar, ao invés de mostrar ao mundo o meu potencial (que elas mesmo acreditam).
Me apresentar um mundo novo em que as pessoas não tem mais poder sobre ele, se tornou tarefa de sobrevivência.
E eu vivo!
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